BRASÍLIA - O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) tornou-se o centro das atenções políticas nesta semana, após decidir sobre a campanha do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. A decisão, que absolveu Moro de acusações de abuso de poder econômico, já despertou movimentações dos principais partidos envolvidos, com ambos sinalizando intenção de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Recursos do PT ao TSE
Em nota divulgada nesta terça-feira, 9, o diretório do PT do Paraná expressou sua insatisfação com a decisão do TRE-PR. O partido alega que a decisão “desconsidera o montante global” supostamente gasto pela campanha de Moro e ressaltou a gravidade deste desequilíbrio na disputa eleitoral.O PT paranaense ainda mencionou o caso da senadora Selma Arruda, conhecida como “Moro de Saias”, que teve seu mandato cassado em dezembro de 2019 por abuso de poder econômico e caixa dois. A expectativa do partido é que o TSE use esse precedente para reverter a decisão e cassar o mandato de Moro.
PL Também Prepara Recurso
O Partido Liberal (PL) também não ficou de fora das movimentações. O advogado Bruno Cristaldi, um dos responsáveis pela ação julgada pelo TRE-PR, confirmou que o partido pretende entrar com recurso no TSE. A decisão sobre recorrer ou não estava sob avaliação, principalmente após declarações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Segundo Flávio, seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, aconselhou o PL a não recorrer ao TSE caso Moro fosse absolvido. No entanto, a posição oficial do partido, até o momento, é de recorrer.
Consequências de uma Possível Cassação de Moro
Se a decisão do TRE-PR for revertida pelo TSE e Moro for cassado, o Paraná terá que realizar uma eleição suplementar para o Senado. O novo senador eleito ocupará a vaga deixada por Moro até o ano de 2030. Diante dessa possibilidade, os partidos já começaram a articular seus possíveis candidatos.
Principais Cotados para a Eleição Suplementar
Dentre os nomes cogitados para a corrida eleitoral suplementar estão figuras políticas de peso. No PT, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, aparece como uma das opções. Já pelo PL, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é vista como uma possível candidata, embora suas intenções políticas ainda não tenham sido confirmadas publicamente. Outro nome forte é o do ex-senador Álvaro Dias, pelo Podemos.Uma figura que tem ganhado destaque é a deputada federal Rosângela Moro, esposa do ex-juiz Sergio Moro. Rosângela transferiu seu título de eleitor para o Paraná em março, sendo vista como uma alternativa concreta para herdar o capital político de Moro e representar o estado no Senado.