O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, nesta quarta-feira, a existência de infidelidade por parte do centrão e minimizou a pressão do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o governo. Em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, Lula também evitou declarar apoio explícito ao pré-candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, Lula refutou os rumores de que haveria um racha na base aliada do governo. "Não vejo infidelidade no centrão. O que existe é debate e diferenças de opinião, o que é natural em uma democracia. Temos uma base sólida e estamos trabalhando juntos em prol do Brasil", afirmou o presidente.
Sobre a pressão de Arthur Lira, que tem sido apontado como um dos articuladores de demandas do centrão junto ao governo, Lula foi categórico ao dizer que mantém um diálogo respeitoso e produtivo com o presidente da Câmara. "Lira tem um papel importante no Congresso e nossas conversas são sempre no sentido de buscar o melhor para o país. Não há pressão, mas sim diálogo construtivo", destacou.
Quando questionado sobre a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, Lula adotou um tom cauteloso. O PT lançou o nome de Patrus Ananias como pré-candidato, mas o presidente evitou declarações enfáticas de apoio, preferindo enfatizar a necessidade de união dentro do partido e entre os aliados. "Ainda estamos no processo de definição das candidaturas. O PT tem bons nomes e o mais importante é que façamos uma campanha baseada em propostas para melhorar a vida dos moradores de BH", disse Lula.
Analistas políticos interpretam a postura de Lula como uma estratégia para manter a coesão da base aliada e evitar desgastes prematuros na corrida eleitoral. "Lula está buscando equilibrar as relações com o centrão e manter a unidade do PT. Declarar apoio agora poderia causar atritos desnecessários", comentou o cientista político Rafael Cortez.
A coletiva de imprensa também abordou outros temas, como a economia e os programas sociais do governo. Lula reafirmou seu compromisso com a recuperação econômica e a redução das desigualdades. "Estamos focados em criar empregos, investir em infraestrutura e ampliar os programas sociais. Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros", concluiu o presidente.
A expectativa é que o cenário político se intensifique nos próximos meses, com as articulações em torno das eleições municipais de 2024. Enquanto isso, Lula continuará a enfrentar os desafios de governar com uma base diversa e de manter o apoio necessário para avançar com sua agenda.