25 Jun
25Jun

Em uma tentativa de equilibrar as contas públicas e compensar as recentes desonerações fiscais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sugeriu a taxação de compras internacionais de até US$ 50. A proposta surge em meio aos esforços dos senadores para encontrar alternativas que aumentem as receitas do governo, após o Congresso devolver ao Executivo uma medida provisória que alterava as regras de uso de créditos do PIS/Cofins.


Pacheco argumentou que a taxação de pequenas compras internacionais pode ser uma medida eficaz para recuperar parte da receita perdida com as desonerações. "Estamos discutindo diversas formas de compensar as desonerações necessárias para impulsionar nossa economia. A taxação de compras internacionais de baixo valor é uma dessas alternativas, pois permitirá um incremento significativo na arrecadação sem impactar de forma drástica o bolso dos consumidores", afirmou o presidente do Senado.


A proposta de taxar compras internacionais de até US$ 50 visa reduzir a perda de receita causada por compras feitas em sites estrangeiros, que têm se tornado cada vez mais populares entre os brasileiros. Atualmente, essas compras estão isentas de impostos, o que representa uma vantagem competitiva em relação ao comércio local, que é submetido a uma carga tributária elevada.


O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), destacou que a medida é apenas uma das várias em análise para aumentar as receitas. "Estamos trabalhando intensamente para identificar todas as possibilidades que nos permitam equilibrar o orçamento sem prejudicar o crescimento econômico. A taxação das compras internacionais é uma solução viável, mas ainda estamos discutindo outras alternativas", disse Wagner.


A devolução da medida provisória pelo Congresso, que alterava as regras de uso de créditos do PIS/Cofins, gerou a necessidade urgente de novas fontes de receita. A medida provisória tinha como objetivo reduzir a renúncia fiscal e aumentar a arrecadação, mas enfrentou resistência no Legislativo, que considerou a proposta complexa e de difícil implementação.


Em resposta, senadores têm buscado propostas que possam elevar as receitas de forma mais direta e transparente. A ideia de taxar compras internacionais de baixo valor ganhou força, pois é vista como uma forma de corrigir distorções no mercado e garantir uma arrecadação justa.


A proposta, no entanto, enfrenta críticas de alguns setores. Representantes do comércio eletrônico argumentam que a medida pode desestimular o consumo e prejudicar pequenos importadores. "Essa taxação pode aumentar os custos para os consumidores e dificultar o acesso a produtos que muitas vezes não estão disponíveis no mercado nacional. Precisamos encontrar um equilíbrio que não onere excessivamente o consumidor final", afirmou Márcio Pereira, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).


Economistas também alertam para os possíveis efeitos inflacionários da medida. "A taxação de compras internacionais pode resultar em um aumento de preços para o consumidor, o que, em um cenário de inflação controlada, pode ser contraproducente. É necessário avaliar cuidadosamente todos os impactos antes de implementar a medida", disse a economista Maria Clara Nogueira.


Enquanto o debate continua, o governo federal permanece em busca de soluções que equilibrem a necessidade de arrecadação com o estímulo ao consumo e ao crescimento econômico. A proposta de taxação das compras internacionais de até US$ 50 será discutida nas próximas semanas, com a expectativa de que um consenso seja alcançado para garantir a sustentabilidade fiscal do país.


O Senado também está avaliando outras medidas, como a revisão de incentivos fiscais e a implementação de novas regras para o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A busca por um equilíbrio fiscal é crucial para a manutenção dos investimentos públicos e a estabilidade econômica.


O presidente Rodrigo Pacheco enfatizou a importância de um diálogo amplo e transparente com todas as partes envolvidas. "Vamos continuar dialogando com todos os setores da sociedade para encontrar soluções justas e eficazes. O objetivo é garantir que o Brasil tenha uma economia forte e sustentável, com benefícios para todos os cidadãos", concluiu Pacheco.

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