A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, notificou nesta sexta-feira (24) um total de 20 operadoras de planos de saúde devido ao aumento significativo no índice de rupturas unilaterais de contratos. A medida foi tomada após a verificação de uma elevação nas Notificações de Intermediação Preliminar (NIPs), um mecanismo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) utilizado para mediar disputas entre operadoras e beneficiários.
No documento enviado às operadoras, a Senacon solicitou informações detalhadas sobre a idade e a condição médica dos beneficiários afetados pelas rupturas contratuais. As empresas têm um prazo de 10 dias para fornecer as respostas requeridas.
"A interrupção unilateral de contratos de planos de saúde é uma prática que tem gerado crescente preocupação e inúmeras reclamações. O aumento no número de NIPs é um indicativo claro de que essa questão precisa ser abordada com urgência para proteger os direitos dos consumidores", afirmou a Senacon em nota oficial.
As operadoras notificadas pela Senacon foram:
1. Amil2. Bradesco Saúde3. SulAmérica Saúde4. NotreDame Intermédica5. Hapvida6. Unimed Rio7. Unimed Belo Horizonte8. Unimed Porto Alegre9. Central Nacional Unimed10. GreenLine Saúde11. Allianz Saúde12. Porto Seguro Saúde13. Golden Cross14. Care Plus15. Prevent Senior16. Medial Saúde17. São Francisco Saúde18. Intermédica Saúde19. Bio Vida Saúde20. Saúde Sistema
A notificação da Senacon ocorre em um momento de crescente insatisfação entre os usuários de planos de saúde, que têm enfrentado dificuldades com a cobertura e a continuidade de seus contratos. A ruptura unilateral de contratos pode deixar milhares de beneficiários sem assistência médica, especialmente em casos de emergências e tratamentos contínuos.
“É inaceitável que os consumidores sejam pegos de surpresa com a rescisão de contratos sem qualquer justificativa plausível. Isso coloca em risco a saúde e a vida das pessoas, especialmente as mais vulneráveis”, declarou um representante da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
A Senacon destacou que, dependendo das respostas e dos dados fornecidos pelas operadoras, poderá adotar medidas adicionais para garantir a proteção dos consumidores. Isso pode incluir sanções administrativas, multas e até mesmo a suspensão das atividades das operadoras infratoras.
A ANS também se manifestou, afirmando que está acompanhando de perto a situação e colaborará com a Senacon para resolver as disputas. “Estamos comprometidos em assegurar que as operadoras de planos de saúde cumpram suas obrigações contratuais e respeitem os direitos dos beneficiários”, disse o diretor-presidente da ANS.
Enquanto as investigações prosseguem, a Senacon aconselha os consumidores que enfrentarem problemas com seus planos de saúde a registrarem suas reclamações através dos canais de atendimento ao consumidor, como o Procon e a própria ANS.
Essa ação da Senacon é um passo importante para coibir práticas abusivas e garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados no setor de saúde suplementar. A expectativa é que, com uma fiscalização mais rigorosa, as operadoras de planos de saúde ajustem suas condutas e proporcionem um serviço de melhor qualidade e maior estabilidade aos seus beneficiários.