Flávia Januzzi, ex-repórter da Globo, expressou críticas contundentes à linha editorial da emissora em entrevista recente ao podcast “GeralPod”. A jornalista, que trabalhou na Globo por 23 anos antes de ser demitida em 2023, afirmou que a empresa possui um “braço político de militância muito grande”, com o qual ela discordava.
Januzzi revelou que se sentia deslocada no ambiente de trabalho devido a suas opiniões divergentes. “Você ter uma cabeça um pouco dissonante daquilo, ‘opa, você não é dos nossos’. Você pensar diferente hoje te posiciona do lado inimigo. Tanto de um lado, quanto de outro. Falo tanto da direita, quanto da esquerda”, disse.
A jornalista classificou a militância política na emissora como um tipo de “terrorismo”, destacando a dificuldade de manter uma posição neutra em meio às pressões internas. Januzzi acredita que a crescente polarização política no Brasil influenciou o ambiente de trabalho na Globo, tornando-o mais hostil para aqueles que não se alinham com a maioria.
“Há um policiamento ideológico muito forte. Se você não concorda com a narrativa predominante, você é visto como um opositor, um inimigo”, afirmou. Januzzi ressaltou que essa situação é prejudicial tanto para os profissionais quanto para a credibilidade jornalística da emissora.
A entrevista de Januzzi ao “GeralPod” reacendeu o debate sobre a imparcialidade da mídia e a influência política nas redações jornalísticas. A ex-repórter enfatizou a importância de uma imprensa livre e plural, onde diferentes pontos de vista possam coexistir sem represálias.
A Globo, até o momento, não se pronunciou sobre as declarações de Januzzi. A emissora tem sido alvo de críticas de diversos setores, que apontam uma possível parcialidade em suas coberturas, especialmente em temas políticos.
A polêmica em torno das declarações de Flávia Januzzi ilustra a tensão existente nas redações de grandes veículos de comunicação em tempos de intensa polarização política. A discussão sobre a independência jornalística e a necessidade de um debate aberto e diversificado continua relevante, refletindo a complexidade do cenário midiático atual no Brasil