Curiosamente, assim como na investigação anterior da compra de ar condicionados, Paula Azevedo, por conta do DL 3.086/2017, não assinou nenhum ato relacionado à IGPP, sendo tal responsabilidade da então secretária de Saúde, Daniele Pereira, que pediu para sair no último dia do mês de abril do ano em curso.
Paço do Lumiar amanheceu hoje (13) com a presença doe membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), na sede da Secretaria de Saúde e em Unidades Básicas de Saúde- UBS’s. De acordo com o apurado, o foco seria o contrato entre a prefeitura e o Instituto de Gestão Pública- IGPP.
O contrato com a IGPP, além de terceirizar médicos e enfermeiros, abrange diversos serviços como manutenção das UBS, recarga de gás, fornecimento de materiais de expediente e limpeza, dedetização, sanitização e recarga de cilindros de oxigênio. Ao assumir o cargo, Daniele Pereira rescindiu o contrato com o Instituto Diretrizes para firmar o acordo com a IGPP.
A situação desperta um forte questionamento: justamente quando a decisão de afastamento por 180 dias da prefeita Paula Azevedo foi suspensa, o Ministério Público (MP) decide fazer uma “visita” à Secretaria de Saúde. Coincidência ou conveniência? Parece um tanto oportuno que a operação tenha ocorrido no exato momento em que uma decisão favorável à prefeita estava para ser publicada.
Há também uma dualidade notável na atuação do MP. Enquanto age com rigor contra a gestão atual, parece “fechar os olhos” para a campanha antecipada realizada pelo prefeiturável Fred Campos, que vem zombado das autoridades constituídas, dando premiações em festas no dia das mães e realizando entrega e visitas de obras executadas pela empresa dele, a Qualitec e pagas pelo Governo do Estado, na tentativa clara de ganhos eleitorais. Será que o MP, fiscal da lei, está sendo seletivo em suas ações?
Esta operação do Parquet Estadual levanta não apenas questões sobre a transparência e a legalidade dos contratos da SEMUS, mas também sobre a legitimidade das ações do Ministério Público. Estaríamos diante de uma ação genuína de combate à corrupção ou de uma manobra política bem orquestrada?
A resposta fica em aberto, mas a população de Paço do Lumiar merece clareza e justiça.