A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou nesta terça-feira que a Venezuela não pode ser considerada uma democracia, divergindo da posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As declarações foram feitas durante uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto, onde Marina abordou questões ambientais e também foi questionada sobre a situação política na Venezuela.
"É importante reconhecer que a Venezuela enfrenta graves problemas democráticos, com restrições à liberdade de expressão, perseguição a opositores e um sistema eleitoral questionável.
Não podemos fechar os olhos para essas realidades", afirmou Marina Silva, destacando a importância de um posicionamento claro sobre direitos humanos e democracia.
Marina Silva, conhecida por sua trajetória de defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, ressaltou a necessidade de coerência entre os princípios democráticos e as relações internacionais do Brasil. "Nossa política externa deve refletir nosso compromisso com a democracia e os direitos humanos. Isso inclui ser crítico quando necessário e apoiar a busca por soluções pacíficas e democráticas", acrescentou.
As declarações de Marina geraram repercussão imediata no cenário político. Oposicionistas elogiaram a postura da ministra, enquanto aliados de Lula minimizaram a divergência, destacando a pluralidade de opiniões dentro do governo. "O governo é composto por diversas vozes, e isso é parte da democracia.
O presidente Lula e a ministra Marina têm seus pontos de vista, e é natural que nem sempre concordem", afirmou um assessor presidencial.
A situação na Venezuela continua a ser um tema delicado para a diplomacia brasileira, que busca equilibrar a defesa dos princípios democráticos com a manutenção de relações diplomáticas e econômicas na região. As próximas semanas prometem novos desdobramentos e debates sobre o posicionamento do Brasil em relação ao país vizinho.