16 Jun
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Em um país onde o sorriso é considerado uma marca registrada, a saúde bucal dos brasileiros ainda enfrenta desafios significativos. De acordo com o último levantamento do Ministério da Saúde, apenas 45% da população tem acesso regular a cuidados odontológicos. A meta do governo é ambiciosa: elevar essa cobertura para 70% até 2030.


Nos últimos anos, o Brasil tem investido em diversas iniciativas para melhorar a saúde bucal da população. Programas como o Brasil Sorridente, lançado em 2004, buscam ampliar o acesso a tratamentos odontológicos em todas as regiões do país. No entanto, apesar dos esforços, a cobertura ainda está aquém do ideal.


A desigualdade regional é um dos maiores obstáculos. Enquanto em grandes centros urbanos o acesso ao dentista é relativamente fácil, em áreas rurais e periféricas a realidade é bem diferente. “É preciso levar em consideração as especificidades de cada região, adaptando os programas às necessidades locais,” comenta a dentista e professora da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Maria Silva.


A falta de acesso a cuidados odontológicos regulares pode ter consequências graves para a saúde geral da população. Doenças bucais, como cáries e gengivites, podem levar a complicações mais sérias se não forem tratadas adequadamente. Além disso, problemas bucais podem influenciar a autoestima e a qualidade de vida das pessoas.


“A saúde bucal está diretamente ligada à saúde geral. Infecções na boca podem levar a problemas cardíacos e diabetes descontrolada. Portanto, é crucial que o acesso aos cuidados odontológicos seja universalizado,” alerta Dra. Silva.


Para atingir a meta de 70% de cobertura, o governo tem adotado uma série de medidas. Entre elas, a ampliação do número de equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família (ESF) e a criação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) em regiões estratégicas.


Além disso, a educação em saúde é um componente essencial. Campanhas de conscientização sobre a importância da higiene bucal e a formação de profissionais qualificados são pilares para o avanço dessa meta. “Educação em saúde é fundamental para prevenir problemas futuros. Crianças que aprendem a cuidar dos dentes desde cedo têm menos chances de desenvolver doenças bucais na vida adulta,” destaca a Dra. Silva.


A parceria entre os setores público e privado também é vista como uma estratégia eficaz para melhorar a cobertura. Empresas do setor odontológico têm investido em programas sociais e ações comunitárias para levar atendimento às regiões mais carentes.


O financiamento, no entanto, continua sendo um desafio. A alocação de recursos para a saúde bucal precisa ser priorizada nos orçamentos municipais, estaduais e federal. “Sem investimento, não conseguiremos alcançar a meta. É necessário um compromisso real com a saúde bucal,” afirma a Dra. Silva.


A meta de alcançar 70% de cobertura em saúde bucal no Brasil é ambiciosa, mas necessária para garantir uma melhor qualidade de vida à população. Com a combinação de políticas públicas eficazes, educação em saúde, parcerias estratégicas e financiamento adequado, é possível transformar essa realidade. O sorriso dos brasileiros, símbolo de alegria e calor humano, merece ser cuidado com toda a atenção e dedicação.

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